Uma Casa Séria

17.1.05

Educação

Ontem surgiu um assunto que me fez gastar alguns neurônios.

Meu pai assiste tv num esquema totalmente randômico que estatisticamente faz com que ele seja o maior espectador de comerciais da face da terra.

Eu explico: Ele senta na sala, munido de controle remoto e liga a tv. Põe na Globo, daí passa alguma coisa que o irrita ou desagrada, daí ele muda de canal e para em algum canal que esteja passando propaganda. Com isso, ele não sabe qual o programa do horário, então ele assiste o comercial até o programa voltar. Daí ele percebe, ainda na vinheta, que não quer ver aquilo, muda de canal até parar em algum comercial... Assim sucessivamente até que o pego, algumas vezes, dormindo com a tv sintonizada em alguma corrida de arroz *.

Por coincidência, quando cheguei em casa, a noite, meu pai estava assistindo uma entrevista com um psiquiatra que falava do mesmo assunto que havia surgido e ficado no sub consciente.

Educação infantil.

Citavam, entre outras coisas, crianças que, ao serem repreendidas por algum adulto que flagrasse molecagens, buscavam o suporte da mãe ou do pai, como forma de ter a barra aliviada.

Freqüentemente vemos adolescentes e até alguns recém-adultos que fazem merdas homéricas mundo afora buscando o escudo dos pais.

E me lembro que o meu maior medo era que meus pais descobrissem minhas merdas. Eu preferia ser pego e repreendido por qualquer adulto, aos quais meus pais delegassem minha supervisão, do que os próprios. Nunca me vi naquela situação de tomar uma bronca e chamar, com aquela voz mole e irritante: Manhêêêêêê....

Isso se reflete no caráter das pessoas quando adultas. Acredito que torna as pessoas mais conseqüentes. Crime e castigo e coisa e tal.

Daí ouvia alguns ontem dizendo que queriam ver quando fossem os próprios filhos, se o pensamento seria o mesmo. Acho que sim. Acho que respeito à autoridade tem que começar desde pequeno. Pra persistir na vida adulta e não aumentar o número de monstros sociopatas que já existem hoje...

* Canal fora do ar, com aquele chuvisco que parece uma corrida de grãos de arroz

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