Uma Casa Séria

15.6.06

Resumo das atividades da seleção hoje

Ronaldo tomou água
Ronaldo cuspiu
Ronaldo correu 20 metros
Ronaldo sorriu
Ronaldo gargalhou das piadas de Robinho
Ronaldo está ouvindo as orientações do Professor Parreira
Ronaldo desabafou nas últimas entrevistas que concedeu, culpando o excesso de atenção a detalhes insignificantes de sua vida e condição física.
Ronaldo transpirou uma gota de suor
Ronaldo pulou para cabecear uma bola alçada na área
A gota de suor de Ronaldo caiu. Será que ele está desidratando?
Ronaldo tomou água, alívio para a torcida brasileira.

Como bem dito por Deus em Deus é brasileiro: A pessoas se estressa!!!

5.6.06

Fases

Primeiro era a emoção, as vezes adrenalizante, as vezes depressiva do desconhecido. Uma parte desse Brasilzão de meu deus que eu não conhecia senão pela TV. A situação era tão provisória e temporária quanto possível. Eu ficava aqui por duas semanas e voltava para um fim de semana em casa.

Nunca vou esquecer da primeira vez que minha volta teve que ser cancelada por causa do cronograma das atividades no projeto. Foi quando eu disse, ao voltar para SP na semana seguinte: "3 semanas é o máximo que se pode agüentar sem voltar pra casa". Bons tempos aqueles.

Depois veio a fase da decepção com a ausência das coisas que estava acostumado, como Blockbuster, Mc Donalds e Cinemark a menos de 1km de casa, TV grande na sala, sofá confortável e aconchegante, a comida da mamma (sempre um detalhe a parte). Com a fase anterior, também teve seu ápice quando vi um cartaz anunciando "Monet em Montes Claros"! Fiquei empolgadasso pra ir, ainda mais porque eu já tinha visitado a mostra de Monet na Pinacoteca do estado e fiquei hipnotizado por quase uma hora em frente à Porta do Inferno. Quando cheguei no Centro cultural, deu até vontade de rir; meia dúzia de estatuetas do tamanho de bonecas barbie com o logo do Louvre atestando a "autenticidade" da cópia... da Porta do Inferno, nem foto 3x4.

Daí me enfiei de tal forma no trabalho que mal podia reclamar da cidade, quando eu não estava no porão da fábrica sem nem ao menos vislumbre da luz do dia, estava dormindo, pregado. Nessa época algumas condições monetárias mudaram e não voltar pra SP significava ganho financeiro para mim. Mas pra ser viável, a Alê tinha que vir também. E depois de negociações diversas, ficou acertado que ela viria e a gente se virou bem.

Essa foi a fase da redescoberta da cidade, dessa vez, acompanhado dela, que descobriu: um estabelecimento que é, ao mesmo tempo, conserto de Televisores e agencia de emprego (!), que na farmácia vende brinquedo, artigos de cama-mesa-e-banho e se procurar bem, capaz de achar frios e laticínios.

Daí veio a era do "agüenta que já vai acabar", primeiro com a interrupção para o feriado da páscoa, que deu certinho com a metade do período de permanecia. E agora com a fase do "agüenta que já vai acabar" final, já que estamos pra voltar de vez. Daí veio a boa nova: dois meses a mais de contrato, por motivos externos que atrasarão o prazo de entrega.
Ao mesmo tempo que serão dois meses a mais de economias, serão dois meses onde a privação que a cidade impõe volta a se destacar. E a conclusão é que só é suportável ficar graças à companhia da Alê e a pequenos confortos que a situação daqui nos permite, tais como comer fora com uma freqüência assombrosa, ter a TV a Cabo bem barata, Playstation 2 e em breve, talvez, Internet de banda larga!

Mas bem que podia acabar logo pra gente voltar ou, como se ouvem especulações contantes, realocar nalgum outro projeto quem sabe não tão distante da civilização.