Uma Casa Séria

18.1.05

Banalizações

A Folha de São Paulo tentou, a algum tempo, uma campanha de marketing posicionando-se contra a banalização, não pegou.

Porque a banalização pegou antes, mais forte e mais rápido.

O século XXI é o século da banalidade. Tudo é banal.

Amar é banal

Odiar é banal

Matar, roubar, seqüestrar é banal

Ofender e desrespeitar são tão banais que chegam a ser frívolos

Eu não odeio ou amo pessoas e coisas de forma tão banal assim.

Até entendo que isso faz parte de uma tendência de linguagem. Exageramos as expressões pra mostrar diferentes graus de intensidade.

Por isso é fácil falar que se você desgosta muito, demais de jiló, por exemplo, pode falar que não suporta jiló, não agüenta jiló e extrapolando esse desgostar, surge o Odeia jiló.

Mas é aí que a coisa desanda. Odiar é o limite do não gostar, levando ao pé da letra e dando à expressão o significado exato, leva-se que crer que quem odeia jiló poderia integrar um grupo armado destinado à destruição de plantações de jiló e todos os seus possíveis defensores, esmagando jilós sob seus coturnos com sorrisos de satisfação sádica e cruel estampados nos rostos de cada militante dessa resistência armada.

Isso é odiar, é o não gostar levado ao limite

Da mesma forma, o amar.

Amor é o gostar elevado a enésima potência. Daí ouço alguém falar que ama ir à praia, ou ama sorvete de morango ou, ama pintar as unhas. Faça-me o favor...

Sejamos menos banais.

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