A Folha de São Paulo tentou, a algum tempo, uma campanha de marketing posicionando-se contra a banalização, não pegou.
Porque a banalização pegou antes, mais forte e mais rápido.
O século XXI é o século da banalidade. Tudo é banal.
Amar é banal
Odiar é banal
Matar, roubar, seqüestrar é banal
Ofender e desrespeitar são tão banais que chegam a ser frívolos
Eu não odeio ou amo pessoas e coisas de forma tão banal assim.
Até entendo que isso faz parte de uma tendência de linguagem. Exageramos as expressões pra mostrar diferentes graus de intensidade.
Por isso é fácil falar que se você desgosta muito, demais de jiló, por exemplo, pode falar que não suporta jiló, não agüenta jiló e extrapolando esse desgostar, surge o Odeia jiló.
Mas é aí que a coisa desanda. Odiar é o limite do não gostar, levando ao pé da letra e dando à expressão o significado exato, leva-se que crer que quem odeia jiló poderia integrar um grupo armado destinado à destruição de plantações de jiló e todos os seus possíveis defensores, esmagando jilós sob seus coturnos com sorrisos de satisfação sádica e cruel estampados nos rostos de cada militante dessa resistência armada.
Isso é odiar, é o não gostar levado ao limite
Da mesma forma, o amar.
Amor é o gostar elevado a enésima potência. Daí ouço alguém falar que ama ir à praia, ou ama sorvete de morango ou, ama pintar as unhas. Faça-me o favor...
Sejamos menos banais.
Uma Casa Séria
18.1.05
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário