Uma Casa Séria

8.1.04

Soy um perdedor, I´m a loser baby, so why don´t you kill me

Estava esses dias lendo alguns arquivos do Vidas Breves e vi alguns Posts que eu escrevi chamados Momento Loser – ou Soy um perdedor, I´m a loser baby, so why don´t you kill me – que pra quem não sabe, é o refrão de uma música do Beck.

Enfim, era uma sessão onde eu escrevia casos de losers, fosse comigo ou com alguém que eu conhecia.

Percebi no entanto que esqueci de contar o caso mais loser de toda minha vida, que vou partilhar a partir de agora.

Emília era o apelido dado a um moça que fazia faculdade comigo e, embora estivesse um ano à frente, assistia algumas aulas com minha turma.

Morena, gostosa, cabelos crespos mas de um comprimento e um corte que fazia parecer que era um cabelo rastafari, tinha uma tatuagem de uma rosa na parte de cima do quadril (daquelas que ficam aparecendo quando se veste uma calça de cintura baixa – que ela sempre usava) e um sorriso bastante simpático.

Enfim, era uma moça com uma aura ao mesmo tempo misteriosa e pitoresca. Por se tratar de uma faculdade de engenharia, muitos comentários baixos forma feitos com relação a tatuagem dela e as situações onde ela seria melhor observada, que sempre envolviam pouca ou nenhuma roupa.

Curiosamente, apesar de todos os carinhas mais atirados e dados a xavecos, ela se aproximou de mim e passamos a conversar durante alguns intervalos de aulas e eu sempre ficava procurando aberturas nas conversas pra tentar fazer rolar alguma coisa mais.
--x--

Em uma das conversas, comentei que fazia parte de uma chapa concorrente à eleição da diretoria do Centro Acadêmico, daí prometi que daria a ela uma camiseta de nossa chapa para ela usar no dia da eleição e mostrar seu apoio à nossa chapa.

No dia que fui entregar a camiseta, fiquei esperando que ela saísse de sua aula, mas na hora que ela saiu, um colega da chapa passou por ela antes e entregou uma camiseta pra ela. Emília olhou pra ele, olhou pra mim e disse pra ele:
- Eu não quero essa camiseta, quero aquela! – apontando pra camiseta que eu trazia embalada.

--x--

Em outra ocasião, nos encontramos em um bar. Eu com a turma da minha sala e ela com uma turma dela.

A certa altura da noite, fui conversar com ela e acabei esquecendo da turma que tinha ido comigo. Quando olhei, as mulheres da minha sala estavam às costas da Emília fazendo macaquices. Nunca tive certeza se ela percebeu alguma coisa, mas pedi que me desse licença, fui até as mulheres da minha sala e demonstrei toda minha polidez – que também é marca registrada:

- Minhas queridas, qual é o vosso problema?
- Você vem com a gente pro barzinho e prefere conversar com a Emília.
- Deixa eu perguntar, então: Alguma de vocês vai dar pra mim?
- Não!!!
- Ela talvez dê. Já ganhou de vocês!
---x---

Daí chegamos à fase loser.

No final do ano ela veio me pedir ajuda com a calculadora HP48GX dela.
Abandonei a partida de truco e passei a ajudá-la, todos foram embora e ficamos somente nós no salão do CA.
Antes de terminarmos, a maior chuva do mundo desabou e quando estávamos indo embora ela abriu um guarda-chuva e me perguntou:
- Pra que lado está seu carro?
Eu respondi
- Ah, o meu está pro outro lado...
- Então acho que vou me molhar um pouquinho...
- Faz assim, vai comigo ate meu carro e eu te dou carona até o seu.
- Legal

Quando ela parou o carro do lado do meu, ainda estava chovendo forte, daí a conversa, que estava animada acabou. Eu não sabia o que falar, me senti num desenho animado, quando a lista amarela sobe pelas costas me transformando num gambá. Meu cérebro deu esvaziamento de pilha em E000324# e eu surtei:
- Bom, obrigado – beijinho no rosto – tchau!

E você acha que foi só isso? Depois tem mais.

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