Uma Casa Séria

15.12.04

Un - Remarcable day

Ontem foi um dia memorável. Mas não num bom sentido. Ontem, pela primeira vez desde que ela entrou na minha vida, tive que segurar minha língua - tão ácida - de falar algo de uma forma explosiva e não-ponderada.

Algumas coisas que eu tive o ímpeto de falar e me contive:


- Você que sabe...


- Fazendo isso você me dá o direito de fazer a mesma coisa...


- Desse jeito,vai me dar o direito de achar o que eu quiser e fazer o que eu quiser com isso...


- Que se dane...


E a pior:


(mode piada interna on)
- Aquela avenida que eu falei que você tinha pra chegar até mim está começando a apresentar buracos e redutores de velocidade.
(mode piada interna off)


Mas eu não falei nada disso, resumi minha frustração a um reles "to de mal" e deixei por isso mesmo. Não sei se isso é positivo ou não. Se o fato de eu ter segurado minha língua demonstrou evolução ou regressão minha pra mim, enquanto pessoa (lindo esse "enquanto pessoa").


Por mais que seja um assunto menor, uma babaquice na verdade, me remeteu a assuntos mais profundos. Que tem a ver com uma intimidade que eu prezo muito e que tenho sentido grande dificuldade em comprovar.


Um pequeno parênteses (
Sou muito pouco sensível - naquela conotação de subjetividade - aos sinais do mundo; baseio minhas conclusões naquilo que eu posso ver, tocar, ouvir. E não naquilo que se "sente". Por isso gosto de ver as coisas, toca-las, e ouvi-las. Dessa forma consigo perceber solidez ou fragilidade, cumplicidade ou solidão de uma forma que me faz sentido.
) fim do pequeno parênteses.


Que tem a ver com confiar e ser de confiança. Gostar é incondicional e independe disso - eu gosto de gente em quem não confio, e confio em gente de quem não gosto. Não gosto mais ou menos agora, nem confio mais ou menos, mas fica uma triste impressão de que não sou confidente como eu gostaria que eu fosse.

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