Quando acabou o meu segundo período em Montes Claros, eu comecei a me mexer pra adquirir um imóvel habitável no Grande ABC.
Havia a opção de alugar um, mas principalmente pressionado pelo pessoal do sonho da casa própria, eu estava inclinado a comprar.
Encontramos um apartamento pequeno, mas dentro das nossas possibilidades financeiras. E fechamos negócio. Daí eu pensei: Tá bom, vai. É pequeno, mas é meu. E passamos à etapa seguinte, mobilia, pintura e instalações.
Primeira providencia foi arrancar o carpete e colocar aquele piso laminado que tem padrão de madeira, muito bonito e funcional e tudo o mais.
Mas daí a dona do apartamento descobriu que nao conseguiria emitir os documentos necessários para concretizar a venda do imóvel.
Não que me interesse o que aconteceu, mas o ex marido dela fez um empréstimo num banco, deu o apartamento como garantia e nao pagou o empréstimo, fazendo o banco protestar e bloquear o imóvel.
A ideia inicial era cancelar o negocio, mas:
1 Nós ja tinhamos trocado o piso, gastando uma valor consideravel em piso e pintura
2 Nós ainda precisávamos de uma lugar para morar
Resolvemos, então mudar a opção de compra por um contrato provisório de aluguel, que nos permitira continuar morando ali até a proprietária tomar as providencias para regularizar a situação documental, providencias estas que podiam ou não incluir tortura / assassinato do ex marido.
Nota mental 1: Ex bom é ex morto.
No contrato, tomamos a precaução de prever que ela não conseguisse resolver o problema e por isso, durante o período de um ano o aluguel traria um desconto referente ao que foi gasto com a troca do assoalho.
Ironia do destino 1: Eu achava melhor alugar um lugar provisoriamente, fui convencido / pressionado a comprar, cedi e decidi comprar, terminei sendo praticamente obrigado a alugar, que era minha intenção inicial.
Nota mental 2: Eu estava certo.
Daí o emprego anterior despencou na categora satisfação profissional. As perspectivas para médio / longo prazo não eram das melhores e eu comecei a sonhar com outros ares.
Em dezembro esses sonhos viraram realidade e em fevereiro eu estava instalado precariamente num apartamento em Volta Redonda de segunda à sexta feira e nesse apartamento que quase tinha sido nosso aos sábados e domingos.
A Alê continuou por lá.
Nesse novo emprego, a expectativa inicial é de ficar aproximadamente um ano em Volta Redonda - RJ, depois aproximadamente um ano em Barueri – SP, depois aproximadamente um ano em Guarulhos – SP depois me mudar de vez para Volta Redonda – RJ. A melhor opção financeira para esse momento é alugar um imóvel próximo a cada local de trabalho por um ano em cada.
Nota mental 3: Mesmo tendo dinheiro para comprar um lar à vista, o que não é o caso, alugar ainda me seria uma melhor opção. A definição do que é melhor é mais relativa do que parece.
Daí agora que ja haviamos determinado que não tinhamos mais a intenção de adquirir o apartamento que morávamos, a proprietária resolveu os problemas burocraticos (parece que o ex marido pagou a dívida junto ao banco, eliminando a pendência) e iria finalmente poder vender o apartamento.
Resolvemos que, então, era hora de dizer tchau, e informamos que não tinhamos mais a intenção de comprar o imóvel. E que seria melhor para o nosso relacionamento, meu e da Alê, nao meu e da proprietária, tensionado pela convivência remota, se continuassemos morando juntos, daí a Alê vem pra cá.
Ironia do destino 2: se tivessemos comprado o apartamento, agora ja estaríamos querendo vender.
Ironia do destino 3: estamos saindo com 11 meses de aluguel, mais uma vez, precavidamente, incluimos uma clausula que preve a não incidencia de multa caso resolvessemos sair antes, faltando somente uma parcela do assoalho trocado para ser paga.
Juntando os fatos de:
1 Nós estarmos programando o próximo passo de nosso relacionamento, que é motivo pra outro post
2 Estarmos nos instalando numa cidade com uma qualidade de vida razoável.
3 Ser, ainda, uma situação provisória.
Acho que tudo aconteceu de uma forma bastante conveniente para nós.
Uma Casa Séria
29.7.08
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