Uma Casa Séria

27.11.08

Powerless

E olha só que legal, dia de folga, 10:00 e sem eletricidade em casa.

Com o número do telefone da Light numa mão e o número de comprovante de pagamento na outra, a Alê se prontificou a ligar pra Light pra pedir o religamento enquanto eu fui salvar o café da manhã, antes que o stress corroesse meu estômago.

De lá da cozinha acompanhei a metade do diálogo em que percebi que esse religamento não era assim fácil (e porque seria se a empresa prestadora de serviços tem origem estatal? Bad habits die hard)

O prazo para religamento é de 48 horas. Como assim 48 horas? Eu só tenho mais 7 horas de folga, minha geladeira começará a feder em 24 horas. Me fala o custo para contratar um religamento urgente. A Light não trabalha com religamento de urgência.

Ah, o monopólio.

Fiquei esperando a Alê mal humorar e o dia ir pro saco de vez, mas ela manteve o astral elevado.
Sei lá se por estar acostumada com blackouts ou porque não se importou mesmo tanto assim ou se por medo de alimentar a besta que eu tava chocando.

Esse é mais um detalhe irritante da história toda da Light. Não são lá um exemplo de estabilidade de fornecimento; choveu mais forte, ventou mais forte: Blackout. E não to falando de o Dia Depois de Amanhã nem Twister. Chuva de verão mesmo.

Daí fomos brincar de pôquer. Mas depois de perder uma e ganhar duas deu fome.

A Alê foi bastante criativa ao usar um isqueiro remanescente dos tempos de fumante pra conseguir acender o fogão.

Depois do almoço, com o estômago forrado voltei a carga e resolvi tentar mais uma vez antecipar a árdua tarefa de ligar três fios que eu esperava da Light.

O numero é um 0800 e eu não tinha porra nenhuma pra fazer mesmo.

Nada. O setor que recebe solicitações de religamento não se comunica com o setor que realiza religamentos, só envia as ordens de serviço através do sistema. Ninguém tem contato com o povo do religamento. É a modernidade.

De posse desses dados a Alê já encheu umas panelas de água e botou pra ferver.

Pior foi quando liguei (depois de uns 3 numeros diferentes e meia hora de Vivaldi) pra ouvidoria da Light e o carinha de lá veio me descarregar normas da ANEEL e dizer que faziam tudo conforme a lei (o mínimo exigido por lei). Monopólio na minha cara de novo.

A única noticia remotamente animadora de minha conversa bastante descontraída, como pode-se imaginar, com a ouvidoria da Light é que normalmente as solicitações de um dia são executadas no dia seguinte.

Se bem que, se soubéssemos que não seria no mesmo dia, teríamos saído de casa antes.

Mas sabendo que não teríamos eletricidade até o dia seguinte, já pedi pra Alê ferver agua pra mim também...

Banho de canequinha.

Daí fomos nos maravilhar com a modernidade da civilização moderna no shopping center (luz e ar condicionado) não sem antes separar dois pires com velas pra quando voltássemos.

Conclui...

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