Uma Casa Séria

9.8.13

Envelhecer ganha da alternativa.

Eu me lembro remotamente de ler essa gota de sabedoria em algum texto em inglês onde, se não me engano, lia-se: “Grow old beats the alternative”.

Sempre achei que era uma frase, tanto em inglês quanto em português, sagaz e inteligente. Que traz uma boa mensagem dentro de uma frase que exige alguns microssegundos de processamento cerebral para ser totalmente compreendida.

Gosto dessas frases que não são prontamente obvias em seu recado. E largadas na sua cara. Acho que faz parte da condição de CDF (nerd é o caralho) que fez parte da minha adolescência.

Na faculdade um cara mandou uma vez, acerca de uma mocinha que passava se pavoneando pelo campus:

De longe ela parece que é feia; De perto, parece que está longe

Achei fantástica.

Por isso, ao ler hoje no Facebook num post com um apanhado de gotículas de sabedoria com um pé na auto-ajuda que um amigão meu colocou la, li uma variação dessa frase que me fez ficar pensando um pouco enquanto dava uma cagada.

Filosofia de privada consegue ser mais profunda (trocadilho embutido(nível inception)) do que filosofia de boteco.

Pensei um pouco no tema desse post

E nessa necessidade de explicar as coisas.

A versão da frase que eu li dizia:

Envelhecer ganha da alternativa – morrer jovem.

De onde vem essa necessidade de mastigar as coisas para os outros? Tenho certeza que meu amigo viu a tal lista em algum lugar e copiou / colou. Talvez ele tenha decidido editar a frase, talvez tenha recebido já editada. Não estou buscando culpados, me questiono porque temos visto mais e mais essa necessidade de mastigar as coisas, entregar digeridas, não deixar nada para a dedução.

Será a falta de fé na capacidade de leitura / interpretação dos outros? Evitando todo o possível falar em analfabetismo funcional e tals.


Mas acho que mais do que a geração da banalização, estamos entrando na era da Bazingalização.

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