Uma Casa Séria

21.7.07

O país do futuro.

Volume 1
O meio
Seu nascimento foi uma ruptura, mais do que um germinar lento e gradual, foi um quebrar de cascas de ovo.
Anos depois, em meio ao constrangimento de rememorar os mortos no dia do nascimento, a celebração pelo 20º aniversário da queda era otimista. Apesar de ainda haverem feridas, as projeções para os próximos anos eram positivas. Esse era, finalmente, o país do futuro. Seu povo, numa unidade nunca antes alcançada, progredia culturalmente, socialmente e economicamente. A prosperidade estava ao alcance da maioria.
Havia, é claro, os descontentes, mas mesmos esses tinham poucos argumentos contra a evolução notada desde a posse do novo regime. E esses descontentes eram, mais do que admitiam, os motores da evolução, porque mesmo estes trabalhavam em prol do país.Mas essa não é a história dos descontentes.
Essa é a história deste novo Brasil.

5 de julho de 2007.
O país vivia um momento contrastante. De um lado a economia vivia um bom, para não dizer ótimo momento. O melhor momento em décadas. O câmbio favorável, investimentos estrangeiros acontecendo, emprego aumentando e a inflação, fonte de crise por décadas, controlada.
De outro lado, a sociedade decaindo. Educação, saúde, segurança, ética, justiça, democracia e outros valores morais largados às traças. Poucas boas notícias nesses assuntos, que se tornavam mais e mais exceções à regra. Reinava o cada um por si, a lei da vantagem e a falta de respeito com o próximo, com o público e por fim, com o próprio indivíduo.
Na TV, notícias de barbaridades tornavam-se corriqueiras. O povo estava perdendo a noção de sociedade.
Foi quando aconteceu.
O congresso nacional estava reunido, ambas as casas. A câmara dos deputados e o senado federal. Alguma lei orçamentária estava sendo aprovada, a fim de que os parlamentares pudessem entrar em recesso, após pouco mais de 5 meses de trabalho, prática comum da época.
Até hoje se especula como Caos foi capaz, moralmente e logisticamente, de realizar o impensável. Seus méritos são discutidos até hoje.
Muitos dos que acreditam que ele foi um benfeitor. Mas estes são os adeptos da filosofia de que o fim justifica os meios., eu, pParticularmente não me incluo entre estes. Acredito que sua campanha derramou-se sangue demais.
O prédio do congresso Congresso nacionalNacional, uma obra arquitetônica de renome nacional, composta de duas torres paralelas, ladeadas por dois domos semi esféricos, tal qual duas calotas. Um deles disposto com o lado convexo para cima, outro com o lado plano para cima.
Foi na tarde deste dia 5 que o complexo inteiro sofreu um atentado à bomba que o trouxe inteiramente abaixo. Assassinando quase imediatamente aproximadamente 1500 pessoas, entre políticos, funcionários, jornalistas, militares e civis.

Continua...

1.7.07

Voce ainda vem aqui?

Moscas, poeira, teias de aranha por todo lado.

Isso parece aquele porão da casa do meu avô, que, mesmo sabendo que nada ali havia de diferente desde a minha ultima vista, meses antes.

Mas saber que ainda está aqui serve pra minha seleta coleânea de links, que após esse post será reduzida às poucas páginas que ainda acho válido visitar eventualmente.

Hoje é meu décimo quinto dia sem cigarro. ainda nao falo que sou um ex fumante, é muito cedo, mas acho que 15 dias é uma marca relevante.

Mas eis que, não sei se por causa da sindrome de abstinência ou não, essa semana reagi explosivamente a uma notícia explosiva.

Não vou me alongar no evento que foi o gatilho da reação, mas sim na reação.

Normalmente eu nao explodo sob as mais variadas ciscunstâncias. Eu recebo o golpe, assimilo o impacto, espero a poeira baixar e então, estando certo ou errado, me posiciono e pronto, daí consigo expor melhor meus pontos de vista sobre quaisquer assuntos.

Mas essa semana não. recebi a notícia, indignei, explodi e escrevi um email soltando os cachorros. Falei o que quis, ouvi o que não quis e depois me arrependi.

não estou errado na minha posição, mas acho que reagi em excesso (overreacting).

E não consigo tirar da minha cabeça que o cigarro tem su parcela de culpa na minha reação...